sexta-feira, 27 de março de 2020

Alguém pode, por favor, desinstalar e voltar a instalar 2020?! A primeira versão veio com vírus!

Antes de melhorarem, as coisas vão piorar…
O álcool vai continuar a ser para as mãos em vez de encher as bocas dos portugueses em “overthinking”. As conversas vão ser mais vezes à janela e as mães vão achar que têm um mestrado em CoronaVirus, tirado na Universidade do WhatsApp. As casas vão ficar fechadas para o Mundo mas com papel higiénico suficiente capaz de bater o recorde em altura do Burj Khalifa. A frase mais lida vai ser “a sua conexão de internet está instável”.
E embora o pior ainda venha a piorar, nestes últimos dias aprendi que o tempo já não existe e o “Desculpa, estou atrasada!” tornou-se insignificante. Passámos, finalmente, a dar valor às memórias e a perceber que a beleza não é só aparência, mas que também pode estar nas conversas noturnas de horas com a pessoa que gostava de estar a fazer quarentena contigo. As saídas à noite com amigos viraram festas de pijama virtuais e deixámos de entender se o corpo precisa de 2 cafés, uma bebedeira gigante ou 3 banhos de água fria. O “Tens planos para hoje?” passou a ser respondido em divisões da casa em vez de bares de copos. As pessoas tornaram-se lugares favoritos para fugir e as expectativas de “2020 vai ser O ano!” diminuíram drasticamente. Fartei-me da quantidade de desafios do instagram e acabei com o stock possível de “séries para ver durante a quarentena”. Neste momento, cheguei à conclusão que nem o Corona me pode matar, porque já morri quando alguém decidiu matar o John Shelby! Que ano tem sido este de Março! A distância virou “salva-vidas” mas o amor continua contagioso. Alguém pode, por favor, desinstalar e voltar a instalar 2020?! A primeira versão veio com vírus!

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