segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Do avesso.

Sempre quis imaginar a Monalisa de bigode. Pôr orelhas de gato num elefante e fazer as toupeiras voar. Às vezes ponho-me a imaginar as pessoas com patas de galinha e a pôr ovos de semana a semana mas depois lembro-me que os patos não sabem falar. Sonho com laranjas azuis e deixo que o mar vire cor de rosa às bolinhas amarelas. Sinto que os candeeiros deviam dar dinheiro em vez de luz e as latas de refrigerantes conter chocolates de menta que viciam. Gosto demasiado de flores mas adorava que cheirassem a morangos acabados de apanhar. Queria que os botões do rádio mudassem os sentimentos das pessoas e as ondas de calor se transformassem em tempo de descanso infinito. Às vezes imagino que o choro dos bebés se transforma numa plena harmonia de sons num concerto de jazz e que as noites mal dormidas não passam de favores pagos em insónias. Vejo-me a apanhar ondas numa escova de dentes e a imaginar o Johnny Depp sem aquela pinta de engatatão. No entanto gosto mais de vestir camisolas do avesso... Errar é humano.