domingo, 30 de outubro de 2016

Aqueles pequenos pormenores.

Às vezes sorriem-me. Deitam-me a língua de fora como um cumprimento de conhecidos. Estendem a mão ou beijam as bochechas de todos e mais alguns. Correm feitos loucos  para um abraço aconchegado que dura segundos de alegria. Pequenos pormenores são aqueles que não se veem de fora. É um beijo de boa noite de um pai ou de uma mãe e um doce dado pelos avós. Um pequeno pormenor é uma palavra simples dita no momento certo. Um "Estás bem?" que só alguns sabem como perguntar. Um pequeno pormenor é mesmo pequeno. É deixarem a estrela da árvore de natal para tu colocares. É tirarem o dia de folga para estarem contigo no teu dia de anos. É defenderem-te numa conversa acesa mesmo sabendo que não  tens razão. Um pequeno pormenor  é mandarem-te um miminho pelo correio. É ligarem-te sem razão ou aparecerem à tua porta com um gelado do Mc. Pequenos pormenores são restritos para quem os pode ter. Eles extinguem-se sem dares por isso.  Aproveita. Pequenos pormenores são raros.

domingo, 16 de outubro de 2016

Nós nunca nos soubemos ter.

A verdade é que todos os momentos que passámos juntos não chegaram a ser uma vida. Largámo-nos antes disso, sem que escrevessemos uma história de idas e vindas. Cheguei a achar que era só eu que não conseguia deixar de pensar nessa tua maneira de ser diferente mas percebi que tu não podias correr atrás de quem não querias. Voámos horizontes sem nunca deixármos de ser nós e invadimos sonhos um do outro sem que as ondas do mar produzissem olhares. Lembro-me que sorriamos um para o outro e tolerávamos dias menos bons com estupidezes de momento. Contávamos segredos incontáveis enquanto guardávamos a "chave" do baú debaixo das almofadas de sonhos futuros que, agora sabemos, nunca iriam acontecer. Às vezes pensava no que estarias a fazer em dias de trovoada. Sempre achei que esses dias mereciam um tratamento especial de lareira e filme no sofá. Apetecia ligar-te e dizer-te que as estrelas caem do céu quando o Mundo pensa demais. Mas não... Ficava na minha e esperava que um vizinho me abrisse a porta desse horizonte indecifrável. A saudade aperta de vez em quando, e eu fico sem chão quando penso que tudo mudou tanto em menos de uma estrela cadente. Pergunto-me se ocupámos o tempo a ser quem eramos ou se o gastámos a parecer que eramos um. Tenho dúvidas sobre tudo. Mas sei que um dia esse adeus vai surgir... nem que seja depois de um "Desculpa, atrasei-me sem razão.". Porque nós não nos soubemos ter, nem nunca saberemos.

sábado, 15 de outubro de 2016

1... 2... 3... AÇÃO!

Sabes porque é que às vezes tens menos atenção? Porque o mundo não gira à tua volta sem antes tomar as devidas precauções. Porque tu não és sempre o sapo da princesa misteriosa mesmo achando que és insubstituível. Às vezes o mundo mede bem as estrelas que põe no céu e as que deixa escapar com o vento das tuas ideias manhosas.  Há momentos que tens menos atenção porque simplesmente não podes ter mais... Às vezes o céu está mais bonito que tu e as atenções são desviadas para aquelas paisagens dignas de quadros em museus. Mas tudo bem. A atenção não se mede aos palmos. O vento rouba os ouvidos das pessoas por uns segundos e os planetas são roubados pelo sol desde sempre. Só não tens mais atenção porque às vezes irritas quem te rodeia. Fazes de ti um rádio sempre a disparar músicas e as pessoas fartam-se. É assim... Às vezes tens menos atenção porque o realizador da tua história assim o decidiu. Por isso prepara-te... 1... 2... 3... AÇÃO!