domingo, 22 de fevereiro de 2015

Deixem-se de complicações. Descompliquem.


Expectativas. Desilusões. Da mente. Expectativas. Desilusões. Das pessoas. Expectativas. Desilusões porque somos estúpidos. Parvos. Intrigados pela expectativa da vida e decepcionados pelas ilusões criadas. Estupidamente parvos. Imbecis. Imbecis ao ponto de acreditar na existência de tudo. De um mundo perfeito. Na ideia de perfeição estão compreendidas todas as perfeições. Todas as expectativas. Todas as desilusões. Ignorantes. A chuva molha mas refrescar faz bem. Faz bem à alma. Faz bem às decisões. Expectativas. Sonhos. Sonhar alto faz mal. Desilusões. Mentiras. Pecados realizados. Expectativas. Desilusões. Montanhas escaladas acabadas em quedas vertiginosas. Expectativas. Desilusões. Expectativas. Desilusões. O Mundo é confuso. Como as pessoas. Deixem-se de complicações. Descompliquem.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Nem tudo.

Nem tudo é eterno como os desenhos nas nuvens. Nem tudo molha como as ondas do mar. Nem tudo é saudade depois de um "adeus". Nem tudo o que é sofrimento dói. Nem tudo o que mexe vive. Somos o "tudo" de um "nada" e isso faz de nós apenas pó. Pó de eternas amizades. Pó de mudanças. Pó de gente sem rumo. Pó de momentos guardados até à morte. Nem tudo é sofrimento que fique ou que vá. E nem tudo é felicidade repentina. É preciso paciência. Paciência com o tempo. Paciência com o Mundo. Nem tudo nasce e renasce vezes sem conta como o dia e a noite. Nem tudo soa bem aos ouvidos dos outros. E nem tem que soar. O rádio tem várias estações. Como o ano. E cada um escolhe a sua. Tal como o vento escolhe o dia do mês. Nem tudo tem que permanecer até ao fim. Como as rugas. Como os pais. Como os dilemas da noite. Nem tudo mexe contigo da maneira como um "Precisamos de falar." mexe. E olha... Precisamos de falar.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Queremos ser a melhor invenção da vida.

Não sei às vezes a vida corre bem. Querer o improvável é a melhor escolha. O provável é só mais um rótulo na sociedade. Querer a morte porque ninguém quer. Dançar à chuva porque ninguém tenciona molhar-se. Adorar o inverno. Fazer aquilo que ninguém tenta. Andar descalço na relva. Ir à praia no inverno. Marcar a diferença. A malta nunca se vai lembrar de alguém que sempre optou pela direita porque o GPS dizia que era pela direita. A gente quer é o engano. O que não é normal. A loucura. O perdido na vida. Queremos as escolhas mais difíceis. O impossível. Queremos o que não é perfeito, porque o perfeito enjoa. Queremos andar a pé e de bicicleta. Queremos uma noite fria sem estrelas. Intragável é o regular. O normal. O que nunca matou ninguém mas que também não mudou a vida de alguém. Queremos ser parvos, na essência do Mundo. Queremos ser nós como nunca o fomos. Queremos ser a melhor invenção da vida.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Sejam Fluorescentes.

Depois da contagem final. Depois do último esforço. Depois de todo o percurso. Mais de 800 metros barreiras. Cansaço. Fraqueza. Instabilidade. A precisar de respirar. Parar. Desistir no último segundo. Ser igual aos outros. Caminhar na direção daqueles que não lutam. Daqueles que se dão por vencidos apenas por ter começado a chover. Não é trovoada. É apenas chuva molha parvos. Como vocês.  Nada que um chapéu não resolva. Estúpidos. Arranjar soluções nunca foi opção para os mais fracos. Cair na primeira escada e rebolar até última.Sempre levados pela corrente. Sem opinião. Amarrados ao pessimismo. Ao não quero. Não tento outra vez. Falhei. Perseguidos pelo desastre. Parem. Chega. Voltem a tentar. Falhar não é aquele bicho de sete cabeças. Ajuda a aprender. Crescer como pessoa. Sejam alguém. Empenhem-se. Mostrem o que valem. Berrem. Gritem com vocês mesmos. Não sejam previsíveis. Façam tudo o que vos vier à mente. Saltem. Atirem-se de um penhasco. Criem barreiras com o pessimismo. Voltem a ser crianças. Beijem. Abracem. Criem o vosso espaço. As vossas loucuras. Vocês são o rótulo de uma garrafa. Destaquem-se perante as outras. Façam por sobressair numa sociedade em que só se bebe água da torneira. São vocês que traçam o caminho a seguir. Vão pela esquerda. A direita está sempre com mais trânsito. É o caminho dos desistentes. Dos comuns. Onde não há objetivos. Levem toalha para a praia. Sejam diferentes. Gostem de areia. Sejam fluorescentes.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Felicidade.

Felicidade está num hambúrguer do Mac. Numa embalagem de chocolates. Num "Não há escola hoje." Num mergulho no mar depois das 20h. Felicidade está numa saída a dois. Numa festa de shots. Numa 'girls night'. Numa mensagem esperada há muito. Felicidade está no vento quando andas no carro de janela aberta. No gelado de verão. Nos furos do colégio. No concerto que dás no  banho. Felicidade está na última bolacha do pacote. No toque de saída.  No beijo da mãe e no abraço do pai ao deitar. Felicidade está no salto enlameado do cão lá de casa. Na comida da avó. No andar à chuva sem chapéu. Felicidade está num banho de horas depois de um dia cansativo. Num pequeno almoço levado à cama. Num "vales a pena". Felicidade está na almofada depois de chegares de uma semana de campismo. Felicidade está no último ponto do trabalho de casa. Num filme na noite depois do dia de teste. Num acordar sem despertador. Numa festa de verão. Felicidade está em mim como as 7 vidas de um gato. Ao acaso. Sem hora prevista.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

À noite não somos nada.

Mas à noite é que se pensa. É que se resolvem os problemas. Que nos apercebemos das asneiras que fizemos. Do quanto errámos. Daquilo que podíamos ter feito e não fizemos. Daquilo que nos tornámos. À noite somos sempre piores pessoas. Somos apenas mais uma alma humana. À noite somos mais frios. Criamos mais expectativas e destruímos mais sonhos. Somos pessimistas. Pensamos no futuro e nos arrependimentos do passado. Somos mais pensadores. Pessoas mais preocupadas com a vida. À noite não vivemos tanto. Deparamos-nos com situações inexistentes. Criamos momentos impossíveis. À noite somos fantasmas perdidos na vida. Somos gente sem rumo. À noite não somos nada.