quinta-feira, 20 de julho de 2017

Foi um prazer que não era para ser.

Desapegar é a liberdade mais triste que conheço, mas a que mais corações conscientes faz. Desperta-nos para a realidade de que um instante distante diz tanto sem dizer nada. Soluciona problemas engendrados por dias sem que as mãos se desenlacem com troca de olhares profundos. Porque na realidade foi um prazer que não era para ser, e por mais olhares trocados acabados em sorrisos, essa atitude será sempre a tua imagem de marca. Desapego é deixar que o céu exista sem estrelas mesmo que isso seja pura impossibilidade. Mas a verdade é que um dia nos cansaremos de estar presentes na tristeza de pessoas que não nos convidam para as suas alegrias, e correremos sem coração destinado por entre veias cheias de promessas. De repente, apaixonar-nos-emos pela possibilidade de nos apaixonarmos de repente, e esse ciclo vicioso de quem tudo tem a perder desabrocha sem pétalas de esperança. Desapego é ousadia de quem aprende a ser o filtro e não a esponja. De quem não me julga pela coragem que te falta e pensa no que quiser sem consciência de futuro. Desapego implica aprender a desfazer nós para dar mais espaço aos laços, mesmo sabendo que um dia a corda acabará. Mas fica sabendo que enquanto eu te quiser, não te preocupes com quem me quer, mesmo sabendo que nunca resultaremos. Porque eu sei que o Universo entenderá o recado.